Wednesday, April 30, 2008

Texto da contra-capa

Confissão de Lúcio

(...) O beijo de Ricardo fora igual, exactamente igual, tivera a mesma cor,a mesma perturbação que os beijos da minha amante. Eu sentira-o da mesma maneira(...)
A ambiguidade sexual das personagens, a justificação normativa, o organograma social-ou-afectivo, o cenário geográfico dual - Paris e Portugal - e o suicidio como não-resposta, constituem o travejamento essencial de A Confissão de Lúcio.
Obra onde o duplo, o desdobramento dos intervinientes na narrativa, criam um foco de introspecção, como verificamos na fala de Ricardo «Dirigi-me para o meu quarto...por acaso olhei para o espelho do guarda-vestidos e não me vi reflectido nele! Era verdade! Via tudo em redor de mim, via tudo quanto me cercava projectado no espelho, só não via a minha imagem...Ah! não calcula o meu espanto...(...)»
A experiência do duplo, é manifesta no decorrer de toda a história, mas é flagrante quando o poeta Ricardo Loureiro ao disparar sobre Marta, o seu duplo feminino, se mata a si próprio. Esta fórmula muito ao gosto da época é aqui concretizada por Mário de Sá-Carneiro.

(in contracapa do livro publicado pela Colares Editora)


Glamorama

Desde o seu primeiro romance - Menos que Zero, publicado aos 20 anos quando era ainda estudante - até ao mais recente - Psicopata Americano - Bret Easton Ellis tem mantido uma importante e original presença na literatura contemporânea.
Agora, dá mais um grande passo em frente: um terrível balanço do Século Americano, no final do jogo. Em Glamorama, um jovem, que vive no meio daquilo que é fácil de reconhecer como o bairro de Manhattan, obcecado com a moda e com as celebridades, é gradual e imperceptivelmente arrastado para um sombrio espelho dessa sociedade, em Manhattan, Londres e Paris, acabando por se encontar irremediavelmente preso no outro lado do espelho, num lugar muito mais escuro, em que a fama e o terrorismo e a família e a política se encontram indissoluvelmente ligados e muitas vezes nem sequer é possível distingui-los.
Implicado nessa trama e atingido pelo horror, com todas as escapatórias bloqueadas, acaba por descobrir - de regresso ao outro lado, mais familiar, do espelho - que não havia espelho nem escapatória, que não há outro mundo que não este, em que os hotéis implodem e os aviões caem do céu.
Uma e outra vez, este romence confunde as nossas expectativas, e Bret Easton Ellis consegue passar do cómico ao surreal, ao horrendo e ao humano com espantosa facilidade. Combinando a ambição com a maturidade artística, Glamorama é, ao mesmo tempo, hilariante, brutal na sua observação e compassivo no seu olhar: um romance que define os nossos tempos.

(in contracapa do livro publicado pela Editora Teorema)



;)

2 comments:

Tim said...

mt obg raquel!! you're a savior!! =D

Tim said...

mt obg raquel!! you're a savior!! =D