Wednesday, April 30, 2008

CRASH

Encontrei o texto do livro em inglês. Quem quiser aqui tem:



Chapter 1



Vaughan died yesterday in his last car-crash. During our friendship he had rehearsed his death in many crashes, but this was his only true accident. Driven on a collision course towards the limousine of the film actress, his car jumped the rails of the London Airport flyover and plunged through the roof of a bus filled with airline passengers. The crushed bodies of package tourists, like a haemorrhage of the sun, still lay across the vinyl seats when I pushed my way through the police engineers an hour later. Holding the arm of her chauffeur, the film actress Elizabeth Taylor, with whom Vaughan had dreamed of dying for so many months, stood alone under the revolving ambulance lights. As I knelt over Vaughan's body she placed a gloved hand to her throat.
Could she see, in Vaughan's posture, the formula of the death which he had devised for her? During the last weeks of his life Vaughan thought of nothing else but her death, a coronation of wounds he had staged with the devotion of an Earl Marshal. The walls of his apartment near the film studios at Shepperton were covered with the photographs he had taken through his zoom lens each morning as she left her hotel





in London, from the pedestrian bridges above the westbound motorways, and from the roof of the multi-storey car-park at the studios. The magnified details of her knees and hands, of the inner surface of her thighs and the left apex of her mouth, I uneasily prepared for Vaughan on the copying machine in my office, handing him the packages of prints as if they were the instalments of a death warrant. At his apartment I watched him matching the details of her body with the photographs of grotesque wounds in a textbook of plastic surgery.
In his vision of a car-crash with the actress, Vaughan was obsessed by many wounds and impacts - by the dying chromium and collapsing bulkheads of their two cars meeting head-on in complex collisions endlessly repeated in slow-motion films, by the identical wounds inflicted on their bodies, by the image of windshield glass frosting around her face as she broke its tinted surface like a death-born Aphrodite, by the compound fractures of their thighs impacted against their handbrake mountings, and above all by the wounds to their genitalia, her uterus pierced by the heraldic beak of the manufacturer's medallion, his semen emptying across the luminescent dials that registered for ever the last temperature and fuel levels of the engine.
It was only at these times, as he described this last crash to me, that Vaughan was calm. He talked of these wounds and collisions with the erotic tenderness of a long-separated lover. Searching through the photographs in his apartment, he half turned towards me, so that his heavy groin quietened me with its profile of an almost erect penis. He knew that as long as he provoked me with his own sex, which he used casually as if he might discard it for ever at any moment, I would never leave him.
Ten days ago, as he stole my car from the garage of my apartment house, Vaughan hurtled up the concrete ramp, an ugly machine sprung from a trap. Yesterday his body lay under the police arc-lights at the foot of the flyover, veiled by a delicate lacework of blood. The broken postures of his legs and arms, the bloody geometry of his face, seemed to parody the photographs of crash injuries that covered the walls of his apartment. I looked down for the last time at his huge groin, engorged with blood. Twenty yards away, illuminated by the revolving lamps, the actress hovered on the arm of her chauffeur. Vaughan had dreamed of dying at the moment of her orgasm.

Texto da contra-capa

Confissão de Lúcio

(...) O beijo de Ricardo fora igual, exactamente igual, tivera a mesma cor,a mesma perturbação que os beijos da minha amante. Eu sentira-o da mesma maneira(...)
A ambiguidade sexual das personagens, a justificação normativa, o organograma social-ou-afectivo, o cenário geográfico dual - Paris e Portugal - e o suicidio como não-resposta, constituem o travejamento essencial de A Confissão de Lúcio.
Obra onde o duplo, o desdobramento dos intervinientes na narrativa, criam um foco de introspecção, como verificamos na fala de Ricardo «Dirigi-me para o meu quarto...por acaso olhei para o espelho do guarda-vestidos e não me vi reflectido nele! Era verdade! Via tudo em redor de mim, via tudo quanto me cercava projectado no espelho, só não via a minha imagem...Ah! não calcula o meu espanto...(...)»
A experiência do duplo, é manifesta no decorrer de toda a história, mas é flagrante quando o poeta Ricardo Loureiro ao disparar sobre Marta, o seu duplo feminino, se mata a si próprio. Esta fórmula muito ao gosto da época é aqui concretizada por Mário de Sá-Carneiro.

(in contracapa do livro publicado pela Colares Editora)


Glamorama

Desde o seu primeiro romance - Menos que Zero, publicado aos 20 anos quando era ainda estudante - até ao mais recente - Psicopata Americano - Bret Easton Ellis tem mantido uma importante e original presença na literatura contemporânea.
Agora, dá mais um grande passo em frente: um terrível balanço do Século Americano, no final do jogo. Em Glamorama, um jovem, que vive no meio daquilo que é fácil de reconhecer como o bairro de Manhattan, obcecado com a moda e com as celebridades, é gradual e imperceptivelmente arrastado para um sombrio espelho dessa sociedade, em Manhattan, Londres e Paris, acabando por se encontar irremediavelmente preso no outro lado do espelho, num lugar muito mais escuro, em que a fama e o terrorismo e a família e a política se encontram indissoluvelmente ligados e muitas vezes nem sequer é possível distingui-los.
Implicado nessa trama e atingido pelo horror, com todas as escapatórias bloqueadas, acaba por descobrir - de regresso ao outro lado, mais familiar, do espelho - que não havia espelho nem escapatória, que não há outro mundo que não este, em que os hotéis implodem e os aviões caem do céu.
Uma e outra vez, este romence confunde as nossas expectativas, e Bret Easton Ellis consegue passar do cómico ao surreal, ao horrendo e ao humano com espantosa facilidade. Combinando a ambição com a maturidade artística, Glamorama é, ao mesmo tempo, hilariante, brutal na sua observação e compassivo no seu olhar: um romance que define os nossos tempos.

(in contracapa do livro publicado pela Editora Teorema)



;)

Tuesday, April 29, 2008

Identificar famílias de letras

Dois sites que ajudam a tentar identificar famílias de letras que vemos por aí:

What The Font (Quanto maior for o texto, maior é a probabilidade do site acertar. Mesmo que não acerte, sugere famílias de letras bastante parecidas.)

Identifont

a confissao de lucio

2 primeiras paginas
a confissao de lucio

Por 1895, não sei bem como, achei-me estudando Direito na Faculdade de Paris, ou melhor, não estudando. Vagabundo da minha mocidade, após ter tentado vários fins para a minha vida e de todos igualmente desistido - sedento de Europa, resolvera transportar-me à grande capital. Logo me embrenhei por meios mais ou meios artísticos, e Gervásio Vila-Nova, que eu mal conhecia de Lisboa, volveu-se-me o companheiro de todas as horas. Curiosa personalidade essa de grande artista falido, ou antes, predestinado para a falência.
Perturbava o seu aspecto físico, macerado e esguio, e o seu corpo de linhas quebradas tinha estilizações inquietantes de feminilismo histérico e apoiado, umas vezes - outras, contrariamente, de ascetismo amarelo. Os cabelos compridos, se lhe descobriam a testa ampla e dura, terrível evocam cilícios, abstenções roxas; se lhe escondiam a fronte, ondeadamente, eram só ternura, perturbadora ternura de espasmos dourados e beijos subtis. Trajava sempre de preto, fatos largos, onde havia o seu quê de sacerdotal - nota mais frisante dada pelo colarinho direito, baixo, fechado. Não era enigmático o seu rosto - muito pelo contrário - se lhe cobriam a testa os cabelos ou o chapéu. Entanto, coisa bizarra, no seu corpo havia mistério - corpo de esfinge, talvez, em noites de luar. Aquela criatura não se nos gravava na memória pelos seus traços fisionómicos, mas sim pelo seu estranho perfil. Em todas as multidões ele se destacava, era olhado, comentado - embora, em realidade, a sua silhueta à primeira vista parecesse não se dever salientar notavelmente: pois o fato era negro - apenas de um talhe um pouco exagerado -, os cabelos não escandalosos, ainda que

longos; e o chapeu, um bonet de fazenda – esquisito, era certo – mas que em todo o caso muitos artistas usavam, quase identico.
Porem, a verdade é que em redor da sua figura havia uma aureola. Gervásio Vila-Nova era aquele que nós olhamos na rua, dizendo: ali, deve ir alguem.
Todo ele encantava as mulheres. Tanta rapariguinha que o seguia de olhos fascinados quando o artista, sobranceiro e esguio, investigava os cafés… Mas esse olhar, no funod, era mais o que as mulheres lançam a uma criatura do seu sexo, formosissima e luxuosa, cheia de pedrarias…
-Sabe, meu caro Lucio – dissera-me o esculturor, muita vez nao sou eu nunca possuo as minha amantes; elas é que me possuem…
Ao falar-nos, brilhava ainda mais a sua chama. Era um conversador admirável, adorável nos seus erros, nas suas ignorancias, que sabia defender intensamente, sempre vitorioso; nas suas blagues. Uma criatura superior – ah! Sem duvida. Uma destas criaturas que se enclavinham na memória – e nos perturbam, nos obcecam. Todo fogo!, todo fogo!
Entretanto, se o examninávamos com a nossa inteligencia, e não apenas com a nossa vibratilidade, logo viamos que, infelizmente, tudo se cifrava nessa aureola, que o seu génio- talvez por demasiado luminoso – se consumiria a si próprio, incapaz de se condensar numa obra – disperso, quebrado, ardido. E assim aconteceu, com efeito. Não foi um falhado porque teve a coragem de se despedaçar.
A uma criatrua como aquela não se podia ter afecto, embora no fundo ele fosse um excelente rapaz; mas ainda hoej evoco com saudade as nossas palestras, as nossas noites de café – e chego a convencer-me que, sim, realemte, o destino de Gervásio Vila-Nova foi o mais belo; e ele um grande, um genial artista.

glamorama

2 primeiras paginas de
Glamorama

33 – manchas – manchas por todo o lado o terceiro painel, estas a ver? – não aquela – a segunda a contar de baixo, e queria fazer queixa disso ontem mas apareceu um fotografo, e Yaki Nakamari ou lá que raio é o nome do designer – mestre do seu oficio é que ele não é – confundiu-me com outra pessoa e não consegui fazer a queixa, mas meus senhores – e senhoras – ali estão elas: manchas, manchinhas chatas, e não parecem ter surgido por acaso, mas sim como se tivessem sido feitas por uma maquina – por isso não quero muitas explanações. Mas apenas a historia, directa, sem floreado, a verdade nua e crua: quem, o quê, onde, quando e sem esquecer o porquê, embora tenha a impressão nítida pelas vossas caras infelizes que o porquê nao irá obter resposta – vá lá, c’os diabos, como é?
Ninguém aqui tem de esperar muito até que se diga alguma coisa.
- meu rico, foi o George Nakashima que desenhou esta zona do bar – corrige-me JD tranquilamente. – Não, espera, Yaki Nakamashi, alias, Yuki Nakamorti, não oh, merda, Peyton , ajuda-me.
- Yoki Nakamuri foi aprovado para este piso – afirmou Peyton.
- ai sim? – pergunto – aprovado por quem? – aprovado por, enfim moi – diz Peyton.
Silencio. Os olhares recaem sobre Peyton e JD.
- Que é esse Moi? – pergunto. – não faço a menor ideia de quem é esse Moi, filho.
- Por favor. Victor – diz Peyton. – de certeza que o Damien te falou nisto.
- O Damien falou, JD. O Damien falou, Peyton. Mas diz-me la quem é o Moi, meu rico – exclamo eu. – estou absolutamente em pulgas.
- O Moi é o Peyton – explica JD tranquilamente.
- O Moi sou eu – diz Peyton, assentindo. – Moi é eh, francês.
- Tens a certeza que estas manchas não deviam estar aqui? – JD toca no painel, hesitante – quer dizer talvez esteja in, sei lá.
- Espera – interrompo, levantando a mao. – queres dizer que estas manchas estão in?
- Victor, temos uma lista enorme de coisas para verificar, rico. – JD ergue a enorme lista de coisas a verificar. – As manchas vão ser limpas. Alguém vão leva-las daqui para fora. Há um ilusionista à espera lá em baixo.
- Amanha à noite? – rosno – A-ma-nhã à noite, JD?
- Isso pode ser resolvido amanha, não? – JD olha para a Peyton, que faz sinal que sim.



- Por estas bandas, “amanha à noite” significa entre cinco dias e um mês. Céus, será que ninguém nota que estou ansioso?
- Nenhum de nós tem estado propriamente de mãos a abanar, Victor.
- Acho que a situação é bastante simples: aquilo – digo eu, apontando – são manchas. – Precisas de alguém que te explique, JD, ou dá para perceber?
A “jornalista” da Details veio ter connosco. Tarefa: seguir-me durante uma semana. Cabeçalho: COMO SE FAZ UM CLUBE. Miúda: soutien push-up, montes de eyeliner, boné à marinheiro soviético, flores de plástico de bijutaria, um exemplar da W dobrado debaixo de um braço pálido e musculado. A Uma Thurman, se a Uma Thurman tivesse 1,58cm e andasse a dormir. Por trás dela, um tipo de colete de Velcro por cima de uma camisa de râguebi e kispo de cabedal segue-nos a filmar a cena.
- Olá, minha querida. – Dou uma passa num Marlboro que alguém me deu. – Que é que acha das manchas?
A jornalista baixa os óculos-de-sol.
- Não sei bem – diz ela, ponderando a posição que deve assumir.
- As miúdas da Costa Leste são demais – encolho os ombros. – Adoro o estilo de roupa delas.
- Acho que não tenho nada a ver com isso – diz ela.
- E acha que aqueles tontos têm? – exclamo. – Poupe-me.
Do piso superior, Beau inclina-se por cima do corrimão e exclama: - Victor, a Chloe está na linha 10.
A jornalista levanta imediatamente a W e revela um bloco-notas onde escrevinha qualquer coisa, mais animada por momentos, como era de prever.
Grito para cima, olhando fixamente as manchas:
- Diz-lhe que estou ocupado. Estou numa reunião. De emergência. Diz-lhe que estou numa reunião de emergência. Quando as coisas acalmarem, eu ligo-lhe.
- Victor – exclama Beau. – É a sexta vez que ela telefona hoje. É a terceira vez na ultima hora.
- Diz-lhe que vou ter com ela ao Doppelganger às dez – ajoelho com Peyton e JD e passo a mao pelo painel apontando para onde as manchas começam, e volto à carga. – Manchas, meu, vê-me bem estas sacanas. Brilham. Estão a brilhar, JD – digo entre dentes. Credo, estão por todo o lado! – De repente, reparo num grupo inteiramente inédito e uivo, embasbacado – e acho que estão a espalhar-se. Acho que aquele grupo não estava ali! – Engulo em seco, e digo com voz rouca: - Tenho a boca sequíssima por causa disto; alguém podia trazer-me yum chá gelado Arizona de dieta em garrafa? Em lata não.

Sunday, April 27, 2008

Ayad Alkadhi




Iraqi-born artist Ayad Alkadhi uses Arabic calligraphy in the form of calligrams, or figurative imagery composed of interwoven written words, to create narratives within his work concerning the themes of religion, politics, and culture. His recent paintings reflect the war in Iraq and its psychological, emotional, and social ramifications for the modern Iraqi population.

Monday, April 21, 2008

Saturday, April 19, 2008

Artigo no Público

Artista alemão quer transformar morte humana numa performance
Gregor Schneider pretende representar a beleza da morte

18.04.2008 - 18h21 PÚBLICO


"Se Duchamp foi ousado demais para o seu tempo pintando bigodes à Mona Lisa, Gregor Schneider, pode ser no mínimo... mórbido. Numa ode à morte, o artista alemão quer convencer doentes terminais a mostrarem como morrer também pode ser belo.

"Quero mostrar uma pessoa a morrer naturalmente ou alguém que acabou de morrer. O meu objectivo é mostrar a beleza da morte", disse Gregor Schneider ao "The ArtNewspaper".

O artista afirma que Roswitha Franziska Vandieken, gestora da uma clínica privada em Düsseldorf, vai ajudá-lo a encontrar pessoas dispostas a morrer em público em nome da arte. “Estou confiante que encontraremos pessoas que queiram participar”, disse Scheneider.

O artista disse ainda que gostaria de apresentar a sua performance no museu Haus Lange, em Krefeld, na Alemanha. Os responsáveis do museu não querem fazer qualquer declaração sobre o assunto.

Scheneider diz ter ficado fascinado com a ideia de poder representar a morte depois de, em 2000, ter simulado a sua morte numa performance no museu Haus Esters. Se o museu não aceitar a proposta, Schneider sublinhou que concretizará o projecto no seu estúdio, em Rheydt, também na Alemanha.

O artista, conhecido pelas instalações pouco habituais, tem neste momento uma exposição na galeria La Maison Rogue, em Paris, que consiste numa série de quartos de tamanho decrescente. Os visitantes têm de entrar sozinhos e, depois de passarem pelos vários espaços, acabam num quarto totalmente escuro. O objectivo é encontrarem uma forma de sair e serem filmados nesse momento."

A parte com mais piada do site do Público é a dos comentários: ver página com comentários.

Friday, April 11, 2008

Ed Fella

Trabalhos de lettering e tipografia do Ed Fella:

Ed Fella

Herbert Baglione




Street artist, Designer, ilustrador, o brasileiro Herbert Baglione.

Wednesday, April 9, 2008

Monday, April 7, 2008

Noah Z. Jones an The Almost Naked Animals




Almost Naked Animals

Roma Publications


Pingo doce, Mark Manders, 8, 17.5 x 23, Museu Serralves, Porto (P), 2001
roma publications

Thursday, April 3, 2008

"Good song" Blur

Vídeo do David Shrigley.


Wednesday, April 2, 2008

Tuesday, April 1, 2008

Drunken Jedi ;)

pessoal, vejam estes 2 clips no youtube!!

1o este:


depois este:


hehe o que as pessoas se lembram de fazer!! :P

mais música

Büna - Dharana